Visitas: 651986
Usuários Online: 19
"Diariamente, existem casos de agressões contra animais e poucas pessoas denunciam. Eu, por exemplo, presenciei uma cena horrível em 2011. Um filhote de cachorro estava na rua latindo, quando um rapaz chegou e simplesmente chutou o animal. Com a agressão, o filhote acabou quebrando a pata e o agressor teve que pagar todo o tratamento dele", conta.
Valéria prefere não dizer o local aonde mora. Segundo a mulher, muitas pessoas já abandonaram animais em frente à sua casa. Em maio do ano passado, oito filhotes de cachorros de porte grande foram deixados na calçada.
"Só consegui doar quatro e o restante ficou aqui em casa. Estou ficando velha e cansada, não posso mais pegar animais. Quero fornecer uma vida saudável para todos. Portanto, não posso mais resgatar mais nenhum", enfatiza.
Cuidados especiais
Na casa, existem dois cães que andam em cadeiras de rodas e são o
"xodó" da casa. Chico foi atropelado e resgatado por uma mulher que não
tinha condições de levá-lo ao veterinário. Já Atari, idoso, desenvolveu
problemas de coluna e não consegue se locomover sozinho.
"Os cães chegam na minha casa nervosos e machucados. Muitos ficam traumatizados pelo resto da vida. As sequelas dos maus-tratos são além das feridas, sabe? Tenho um cachorro que se chama Dengoso, por exemplo, que mesmo resgatado com apenas 6 meses de vida, ainda se assusta com outras pessoas", diz.
Além de amor, carinho e paciência, Valéria Sokal diz que todos os cães resgatados precisam de uma "dose extra de cuidados especiais". Cinco deles, por exemplo, utilizam colírios especiais para evitar doenças como a catarata. Cada frasco do remédio custa R$ 120.
A alimentação também é feita com cautela. Segundo a voluntária, rações não são oferecidas por apresentarem "substâncias que podem causar câncer". Complexos vitamínicos também fazem parte da rotina dos pets. "Oferecemos comida caseira, saudável, sem conservantes. Ração só tem porcaria. Já perdi cães por causa disso, analisamos a ração e tinha fungos."