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O acidente, ocorrido em Santos enquanto Campos viajava em jato particular para compromissos de campanha, completou cinco meses nesta semana. Além do político, morreram o piloto, o copiloto e quatro assessores.
De acordo com o "Estadão", as investigações da Aeronáutica serão divugadas a partir de fevereiro e vão apresentar uma sequência de falhas do piloto, Marcos Martins, desde a falta de treinamento até o uso de um "atalho" para acelerar o procedimento de descida.
Segundo o jornal, optar pelo "atalho" significa que o piloto não usou a rota determinada pelos manuais para o pouso na Base de Santos, não fez a manobra exigida para aquela pista e tentou pousar direto.
Ainda segudo o jornal, a escolha por usar o "atalho" fez o piloto arremeter bruscamente na hora da aterrisagem e, então, passou operar os aparelhos em desacordo com as recomendações do fabricante do avião. O resultado, afirma a reportagem, é que o piloto comeou a sofrer o que é tecnicamente descrito como "desorientação espacial" - quando ele não sabe se e está voando para cima, para baixo, em posição normal, de lado ou de ponta cabeça.
O "Estadão" explica que a Aeronáutica concluiu sobre a desorientação espacial ao analisar os últimos segundos do voo, que mostram que o avião se inclinou em um ângulo de 70 graus e em potência máxima, como se o piloto acelerasse em um movimento de subida, quando, na verdade estava voando para baixo, rumo ao solo.
Ainda segundo a reportagem, não foi encontrada falha técnica no avião.
As duas turbinas foram avaliadas e não apresentavam problema. Os
investigadores da Aeronáutica, diz o jornal, afirmam também que o piloto
não estava treinado para pilotar aquele modelo de aeronave, o Cessna
560 XL, e não tinha participado de práticas no simulador.
Segundo o G1 apurou, a investigação concluiu que o
avião, que pode atingir até 800 km/h, caiu em baixa velocidade: cerca de
230 km/h. A maior possibilidade é que ele tenha entrado em situação de
estol (perda de sustentação) devido à desorientação espacial do
comandante Martins: ele sobrevoou a pista de Santos em alta altitude e
ainda com o trem de pouso recolhido, sem condições para pouso. Decidiu
arremeter e tentar novamente o pouso, acompanhando a pista visualmente,
quando se perdeu.
O G1 apurou também que o pouco entrosamento do
copiloto Geraldo da Cunha com o avião e o não entendimento entre ele e o
comandante sobre os procedimentos que deveriam ser realizados a bordo
também contribuíram para que o avião caísse tão rapidamente, já que o
copiloto não tentou ajudar o colega e impedir a queda.
A Aeronáutica, no entanto, não pôde utilizar a caixa-preta de voz para as conclusões finais. Isso porque, segundo o jornal, a caixa-preta não estava ligada e não registrou conversas no voo.
Condições do tempo e da pista
O "Estadão" afirma também que além das falhas humanas, contribuíram
para o acidente as condições da pista e do tempo no dia da tragédia.
Chovia bastante e a pista da Base de Santos é considerada difícil mesmo
em boas condições.
Relacionamento com o co-piloto
As investigações da Aeronáutica registram ainda, pelo que informa o
jornal, que o piloto e o copiloto, Geraldo Barbosa, não tinham bom
relacionamento. Barbosa chegou a pedir para não trabalhar mais com o
pioto Marcos Martins, de acordo com a apuração da Aeronáutica, informa o
jornal.